18 de junho de 2010

Do Meu Tamanho

    Faz uns dias, umas semanas, acho que na verdade coisa de mês e meio, que meu corpo tem agido por vontade própria... Não que eu não ache isso maravilhoso, mas é uma nova sensação, um caminho novo a seguir, uma nova realidade a encarar.
    Penso em mim a poucos meses atrás e não me vejo mais como a pessoa que era, meu espelho não me reconhece, e por mais estranho que isso possa parecer, eu acho isso maravilhoso... Essa mudança "instantânea" e muitíssimo rápida fez de mim um uma pessoa melhor, alguém que eu jamais havia conhecido, mas que morava dentro de mim durante todo esse tempo que existi, e eu não percebi... Ah, como me arrependo! Eu podia ter visto essas flores antes, ter plantado suas sementes e hoje eu teria um jardim muito mais repleto do que jamais tive, perdi essa oportunidade por teimosia.
    Tudo agora é do meu tamanho! Não estou falando de estar me limitando ao pequeno espaço que ocupo em relação a toda superfície terrestre, mas sim de coisas que me bastam e que por sua simplicidade e singularidade me fazem tão mais feliz, que não sinto falta do que perdi... Creio que se perdi, é porque na verdade nunca as tive, essas coisas, pessoas, lembranças e esses sentimentos que se foram, levaram o pior de mim, e agora eu desfruto da melhor parte do meu corpo, da minha alma, da minha vida.
    Não quero ser egoísta, muito menos parecer prepotente, mas tudo o que eu sempre precisei estava aqui, no meu corpo, no meu coração, na minha cabeça, na minha alma... Toda a força que eu preciso para caminhar nas estradas tortuosas da vida, nasce de dentro de mim, e sempre nasceu... Seja por genética, ou "dom divino", nunca fui fraca, ninguém é! Sinto dor, choro, caio, tudo isso porque sou um ser humano como qualquer outro, e por isso eu posso afirmar que ninguém é sozinho se tiver amor por si mesmo, o amor que sentimos por nós mesmos transcende a face e chama atenção a ponto de todos ao seu redor ver a cor da sua alma, o bater do seu coração, e querer sentir de você esse amor também.
    O que eu sinto ainda não tem nome, só sei que me sinto do meu tamanho, mesmo que esse mude, mesmo que esse aumente, tudo agora se encaixa como notas musicais de uma bela melodia, e não interessa de onde vem esse sincronismo com o resto ao meu redor, essa segurança, o que importa é que quando eu a busco, sempre a encontro dentro de mim e no momento, só isso me basta... Eu, comigo mesmo e nós três agindo por mim.

Andrezza Mascarenhas