27 de setembro de 2010

Correção Automática

  Certas vezes tenho a impressão de que tudo ao meu redor está errado ou conspirando contra mim, pode me chamar de louca, mas a vida tem um “pequeno prazer” em me transformar numa bolinha de ping-pong.
  É aterrorizantemente impressionante como as coisas possuem uma capacidade injustificável de mudar de uma hora pra outra sem aviso prévio rs, e normalmente nunca estamos preparados para essas mudanças ou simplesmente não queremos aceitá-las. Eu nunca estou preparada, mas tenho preguiça de não aceitar.
  Depois de umas três ou quatro mil pancadas que levei da vida, parei de medir forças com ela rs... Coloquei-me na posição de folha solta e aceitei que a vida é o vento – vezes brisa, vezes tempestade – e me permito ser levada para qualquer lugar. Depois que me vejo parada ou simplesmente me encontro “estável”, aceito o momento e aprendo a lidar com ele.
  Pode me chamar de preguiçosa, acomodada, desleixada ou qualquer coisa que se pareça com os três últimos adjetivos que citei, mas já parou para pensar no trabalho que dá bater de frente com a vida? Não é simplesmente “deixar de concordar com o que o presidente da república disse”, é entrar em confronto com o acaso e tentar mudar completamente o curso que as coisas querem tomar. Acredite, isso dá um puta trabalho.
  Tenho 20 anos e 3 meses de idade, nos últimos 20 anos e 2 meses passei a maioria dos meus dias indo contra a corrente, questionando a maioria das direções que a vida me dava, muitas vezes não seguindo nenhuma delas. Simplesmente cansei. Claro que nunca vou deixar de lutar pelos meus sonhos – esses são meus e a vida que não se meta com eles – mas quanto ao resto, vou apenas aceitar. Todo esse tempo de luta sem muita vitória me deixou cansada, desgastada e desacreditada da minha capacidade de mudar o que é destino de fato, aquilo que as pessoas dizem que “já estava escrito” e tal – acho isso uma sacanagem, a vida é minha e estão escrevendo o meu destino por aí sem nem me perguntar se eu estou gostando – já ouvi dizer que essa é a melhor justificativa para que as pessoas consigam aceitar aquilo que não podem controlar ou não querem mudar.
  Esse meu processo de “conformidade” não aconteceu por querer, foi simplesmente a soma dos acontecimentos – ou a vida, de novo – que me fizeram ver que determinadas coisas precisam acontecer, e que quando realmente precisam acontecer, não há força terrena e humana capaz de impedir. Confesso que passei um tempo refletindo, tentando bater de frente com essa minha conclusão, mas aceitei – não tem remédio – e assumo que está mais fácil respirar desde então.
  Farei esforço para atingir minhas metas, para cumprir meus deveres como ser humano que sou – ou pelo menos acho que sou rs – para garantir que minha felicidade não dependa da infelicidade de ninguém e para estar em paz comigo mesma, independente do momento que eu esteja vivendo. Quanto ao resto, e as coisas que são de “competência da vida” não moverei meio dedo, aprendi a acreditar no acaso – fruto da vida, conseqüência de quem vive – e aceito que este me guie.

Andrezza Mascarenhas

8 de setembro de 2010

(In)decisão

  Eu estava tão longe de mim que até escrever estava se tornando uma tarefa impossível, o remédio foi ler... As idéias se misturavam na minha cabeça e no final eu não fazia a mínima idéia de como passar pro papel, ficava pior ainda quando pegava o lápis, o que estava misturado acabava sumindo, e não saía nada mesmo.
  Preciso admitir que isso é conseqüência de um emaranhado de decisões que andei tomando nos últimos cinco meses, todas com a melhor intenção do mundo: deixar de acreditar na bosta do amor, e só assim viver em paz e nunca mais chorar por um imbecil que não mereça as minhas lágrimas.
  É, não deu muito certo rs... As pessoas que me conhecem sabem que eu sou uma mistura estranha, imperfeita e desproporcional de uma menininha super mimada e educada com um molequinho super rebelde e desbocado, e ainda dentro dessa mistura consigo ser fria e sentimental, doce ou muito amarga e é esse “antagonismo humano” que sou... A mistura dos opostos se juntam para “zuar com o meu plantão”, e basicamente calculo todos os meus passos – porque sou fria – e no final não faço a maioria das coisas que calculei – porque sou sentimental – é exatamente isso que aconteceu.
  Tomei friamente, a decisão de cagar e andar para o amor, viver até morrer sozinha, mas como o meu coração não me respeita e nunca me obedece, eu continuei com os meus sonhos de “mulherzinha sentimental, imbecil e iludida” rs – me formar, construir uma vida estável a dois, casar, construir uma família linda, ter dois filhos e quem sabe conseguir isso de uma vez só porque a genética ajuda, fazer a comidinha favorita do meu marido, viajar em família, sonhar com as férias do trabalho para ficar mais tempo com meus filhos, cuidar da minha casa, fazer amor na cozinha (no quarto, no banheiro, na sala, no carro rs), ter um cachorro mais carente que a Kiara (minha cocker spaniel orelhuda) – e em nenhum momento até agora, eu parei para pensar que muito mais da metade das coisas que eu sonho dependem em sua totalidade do amor para acontecer, seja lá qual for a sua origem.
  Tá, eu confesso, sou uma babaca apaixonada – mas também sei jogar futebol e falo palavrão rs – e não importa o quanto eu já tenha sido magoada no passado, eu não consigo me desvincular dessa coisa toda de ser sonhadora e ter uma família... Eu sonho com isso desde pequena, e não é porque não deu certo uma vez, que tem que ficar errado para sempre... Acho que aceito amar de novo, mas não com pressa e sem atitudes calculadas, o mais gostoso do amor é a capacidade que ele tem acontecer devagar, nos surpreender e fazer com que dancemos conforme a sua música, mesmo sem querer, o amor simplesmente nos leva.
  Ok, que lindo... Vamos dar um pouquinho de atenção ao meu lado frio e calculista porque ele está se sentindo desprezado rs.
  Eu posso até me deixar levar pelo amor e tal, mas ficar suspirando pelos cantos é muito “cor de rosa” para mim... Me transformo numa babaca apaixonada com a pessoa que estou amando, e os amigos mais próximos percebem isso porque eu fico mais... “calma”, mas em geral não ando pela rua cantarolando e rindo a toa, isso não dá rs.
  Pronto amor, tá feliz? Eu já acredito em você novamente, e nem demorou tanto tempo assim para passar o “trauma do ex namorado babaca” rs, só não me venha com um parecido senão eu fecho a porta para sempre (mentira rs)... E não querendo ser muito exigente, não faço questão de beleza, dinheiro ou essas coisas fúteis, eu só quero um amor de verdade – amor de mentira dá nessa confusão toda ai rs – e que apenas complete, todo o resto a gente constrói... Dá pra ser!?

Andrezza Mascarenhas