21 de abril de 2013

Bambu

    Nasci bambu por puro acaso do destino, ou por plena vontade divina. Sou resistente. Vou até o alto, para tocar o céu. Envergo, para não quebrar. Então sopre. Sopre mais, sopre com força. Use as mãos, as garras, os dentes, as presas. Digo-lhe que já suportei grandes tempestades, acredite, e não será essa sua ventania que irá arrancar minhas raízes do chão. Mesmo assim, teste meus limites. Todos eles. O quanto puder. Também estou curiosa. Ainda não os conheço por completo. Ajude-me. Não sei bem até onde posso ir. Mostre-me na dor - pois é só isso que tens a oferecer - o caminho para o meu infinito. 

Andrezza Mascarenhas

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